Há bastante tempo um filme não me pegava de forma tão desprevenida, e é impossível resistir à paixão furiosa e desesperadora que Makaveyev emprega em todo filme. Mas, que filme é esse? Trata-se do polêmico e satírico filme Sweet movie, obra de 1974. Para se ter uma noção do grau de polêmica do filme, Sweet movie continua proibido nos EUA e no Canadá.

E o porque da proibição? Simples, muito despojamento e tensão sexual. O filme conta a história de duas mulheres. A primeira sobre a Miss Mundo 1984 (Carole Laure), que se casa com um decrépito magnata de petróleo, que sofre de impotência sexual, e, por isso seus desejos são singulares. Ao invés do sexo convencional, ele só se satisfaz em urinar na pobre garota. A angústia da garota é tanta, que ela se manda para Paris e encontra um novo amor, agora um roqueiro afetado e drogado. Sua vida ganha novo ritmo, onde ela se envolve em body-art (arte através da mutilação do corpo), muito sexo e entra para um grupo comunista na Áustria.

A segunda história gira em torno da Anna Planeta (Anna Prucnal), capitã de um navio carregado de chocolates, doces, homens e crianças, e está apaixonadíssima por um refugiado do navio de guerra Potemkim. Toda a intensidade dos comportamentos no navio se basea somente em sexo e política, até o limiar da insanidade.

Sweet movie é espontâneo e vulcânico. Parte narrativo, parte documentário, parte teatral e parte experimental. Makavejev mapeou uma idéia do fascismo e do comunismo que o corpo humano produz e do poder do sexo na vida política das pessoas. Uma metáfora da essência pornográfica que o sistema de autoridade e do poder imprime nas pessoas.

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