Quando os computadores, máquinas que evoluem e podem ser REPROGRAMADAS, se tornaram massivamente disponíveis, o hype gerado foi merecido. Cientistas, bancos e Universidades, acharam que estavam sonhando. Outros como os adoradores de ficção científica, acharam que aquilo podia se tornar um pesadelo. Hoje em dia, gostando ou não, os computadores estão em toda parte e praticamente “dominaram” o mundo. Só que parte desses “computadores” voltados para o uso individual está se distanciando bastante do conceito original de máquina programável. O caso do Ipad é o mais visível de tal distanciamento. ( e não o IPAD não é um e-reader)
O IPAD mais parece uma ferramenta comum, com uma utilidade fixa. Seu mecanismo interno só está acessível às própria APLE, muito longe do usuário final.

E quando falo em computação pessoal não estou só falando dos computadores, mas do “programas” em si também. Mas o que leva a crer que a dita computação pessoal, que vai do MS-DOS ao Photoshop, corre risco de extinção? Um dos grandes fatores disso é toda a modinha em torno das telas touch-screen ou sensíveis ao toque. A maioria das pessoas e fabricantes de componentes parecem ver o futuro em tal tecnologia.

Entre os argumentos dos defensores de tal tecnologia é que ela torna a interface mais intuitiva e conseqüente mente mais fácil de usar. Porém tenho alguns pontos bem relevantes a questionar.

A computação pessoal e telas sensíveis ao toque são tecnologias incompatíveis em minha opinião pelos seguintes motivos. As telas touch-screen são manipulados diretamente pelas mãos (mais precisamente os dedos). Como todo mundo sabe possuímos uma camada de gordura sobre a pele. Conseqüentemente os dedos deixam marcas, e com o tempo essas marcas ficam “fixas”. Uma maneira fácil de visualizar isso é dar uma olhada no seu touch-pad ou nos botões do mouse, principalmente no botão esquerdo, as manchas de gordura são visíveis. E agora você imagina o problemão que vem com o tempo, os sensores da tela não mais conseguirão “analisar” os movimentos providos na tela e conseqüentemente a manipulação de qualquer programa se torna praticamente impossível. Até um grande trunfo do touch-screen se vai por água abaixo, o zoom facilitado em imagens, se tornara algo quase impossível.

Outro motivo que aparentemente o touch-screen acentua, mas na realidade limita ainda mais é a capacidade de interação. Bom imaginemos um mouse três botões comuns, com ele você pode dar clique duplo, clicar com o botar direito, rolar a tela, clicar com o botão do meio, etc. Já com a maldita tela do Ipad temos apenas duas opções, tocar e rolar (tente dar um clique duplo numa tela touch para ver se é fácil). Isso além de limitar a densidade de informações como também tornam os menus menos práticos. Isso faz que um simples menu de interface simples em um monstrengo horroroso de ser utilizado.

Com certeza através de todo o hype gerado através do IPAD, assim ditando uma regra para o resto da indústria, a computação Pessoal altamente personalizável esta fadada a morrer. Por que de um lado existe os “consumidores” sedentos por novidades e essa sede deixa a racionalidade de lado o que vale é o hype do momento. E de outro vem da obssesão dos patrões em controle das atividades feitas pelos funcionários no computador. Com tais mecanismos será muito mais fácil bloquear o computador para tudo que não seja relacionado ao trabalho.

Mas como isso é possível? Tem mais um detalhe que ainda não mencionei... A Falta de teclado do IPAD. Não é possível criar nenhum código para o IPAD através do Touch-Screen para isso é necessário um teclado especial, ou conectá-lo em um computador. Assim tal dispositivo jamais será um “sensível ao toque puro”. Na verdade o IPAD vem no sentido de cerceamento de liberdade que a computação Pessoal proporcionou ao mundo.

No período Paleolítico dos computadores, um COMPUTADOR custava uma fortuna e somente grandes corporações ou o ESTADO possuíam acesso a tal tecnologia. Assim se cobrava um valor absurdo por um “PODER COMPUTACIONAL” maior. E as grandes empresas como a IBM tem saudades desse tempo, onde ganhavam muito dinheiro com aluguel de “supercomputadores”, não a toa que vemos milhares de dispositivos que servem para nossas demandas momentâneas (sim estou olhando para vocês IPAD E NETBOOKS). Estamos matando a computação pessoal as pouco sem perceber o grande mal que vem pela frente. Isso é lógico que a “computação em Nuvem” não dominar primeira. Mas isso é assunto para outro post!!